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Domingo, Maio 5, 2024

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Camilo Castelo Branco por Ribeira de Pena

O roteiro camiliano em Ribeira de Pena é constituído por sete pontos de visita relativos à estadia de Camilo Castelo Branco por terras da Ribeira, através do Roteiro é possível conhecer os locais marcantes da passagem do escritor pelo território e saber como o mesmo se plasmou na sua obra posterior.
A Igreja Matriz do Divino Salvador, foi nesta Igreja que em18 de Agosto de 1841 Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, na altura com 16 anos de idade, casou com Joaquina Pereira de França, uma jovem de 14 anos, natural de Gondomar e residindo na povoação de Friúme com seus pais.
A Igreja está ainda ligada ao episódio com que Camilo justifica a sua saída de Ribeira de Pena. A Igreja Matriz do Divino Salvador, que domina na sua majestade a vila de Ribeira de Pena, é um edifício construído na segunda metade do século XVIII e que se ficou a dever à benemerência de um emigrante ribeirapenense no Brasil, Manuel José de Carvalho.
A lenda conta que Manuel José de Carvalho, muito novo, terá ido para o Brasil, onde veio a fazer fortuna. Quando abandonou a terra natal, fez a promessa de em caso de sucesso por terras de Vera Cruz, mandar edificar uma igreja “como não houvesse outra em dez léguas ao redor”.
De como angariou fortuna, não ficou memória, o certo é que, em1759, envia para Ribeira de Pena uma carta em que manifesta o desejo de mandar edificar uma igreja, garantindo o pagamento de todas as despesas, à excepção do carreto das pedras.
A Igreja vem a ser edificada, tendo-se deitado abaixo a antiga Igreja do Salvador para aproveitamento da pedra. A primeira sagração vem a ser feita em 1793, já depois da morte de Manuel José de Carvalho, que nunca chegou a ver a sua obra concluída.
A fachada manifesta ainda uma traça barroca, com alguns elementos rococó, apresenta uma orientação invulgar a nascente e possui, por sobre o portal de entrada, um medalhão evocativo do fundador, ladeado de dois querubins com toucado de penas e um enorme nicho com uma imagem do Divino Salvador.
O interior, sóbrio, mas imponente, é de referenciar o altar-mor, as guardas em madeira e os belos cadeirais confessionário.
(41°31’10.49″N 07°47’37.35″W) Ribeira de Pena – Vila Real – Alto Trás-os-Montes – Portugal
“Em coisas insignificantes é que um verdadeiro amigo se avalia.” – Camilo Castelo Branco
Camilo Castelo Branco por Ribeira de Pena
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A capela da Granja Velha ou de Nossa Senhora da Conceição

O roteiro camiliano em Ribeira de Pena é constituído por sete pontos de visita, o primeiro dos quais pertence ainda ao concelho de Cabeceiras, mas que foi incluido por ser o palco de um conto de Camilo Castelo Branco relativo à sua estadia em terras da Ribeira, através do Roteiro é possível conhecer os locais marcantes da passagem do escritor pelo território e saber como o mesmo se plasmou na sua obra posterior.
A Capela da Granja Velha, foi no lugar da Granja Velha que Camilo teve aulas de Latim com o padre-mestre Manuel Rodrigues, que há época era um um latinista famoso. A Capela e o seu adro terão sido testemunhas de muitos dos momentos que Camilo passou em Ribeira de Pena.
A Capela Setecentista da Granja Velha, também conhecida por Capela de Nossa Senhora da Conceição é um belo exemplar de arquitetura barroca, foi mandada edificar por um natural da Granja Velha, emigrado no Brasil, de nome Lourenço Valadares Vieira, presbítero que exerceu no Brasil importantes cargos religiosos como o de Arcediago da Sé do Rio de Janeiro e Bispo do Pará.
Mandou edificar este templo na povoação da sua naturalidade para “homenagear os antepassados e para que a população tivesse um local condigno para assistir à missa”. Paralelamente a esta construção, estabeleceu um avultado donativo à Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz, em Braga, que tinha a obrigação de prover e sustentar capelão próprio para a capela.
Construída na primeira metade do século XVIII, esta Capela garantia uma das melhores tenças religiosas, sendo, portanto, cobiçado o seu lugar. Talvez isso justifique o facto de, na Granja Velha, existir em 1841 um padre de grande ilustração, com fama em toda a província, o padre Manuel Rodrigues, ou Manuel da Lixa, por ser natural da Lixa do Alvão.
A Capela possui uma fachada em que se destaca a pedra de armas do instituidor e, exteriormente, apresenta um pormenor insólito – o acesso lateral ao coro com balcão, tudo construído em granito. No interior possui um belíssimo altar em talha dourada, com um sacrário de grande qualidade e uma imagem da Senhora da Conceição, uma obra prima do barroco. O tecto do altar mor possui uma pintura ingénua, provavelmente do século XIX, também digna de nota. (41°32’14.52″N 07°46’51.82″W) Granja Velha – Ribeira de Pena – Vila Real – Alto Trás-os-Montes – Portugal

A Capela da Senhora da Guia

Segundo consta Camilo assistiu as famosas romarias da Senhora da Guia, e integra-a na sua obra, no Sexto conto da sua coletânea publicada em 1861 com o titulo” Doze Casamentos Felizes”. A Capela de Nossa Senhora da Guiaergue-se numa das encostas do Alvão, sobranceira ao vale do Tâmega e é o palco de uma das maiores romarias do concelho.
Consagrada como padroeira do concelho em 1952, envolve a devoção das gentes de Trás-os-Montes e do Minho, que religiosamente, todos os 15 de agosto, assistem à sua procissão e cumprem promessas ao redor da Capela.
Capela setecentista de arquitetura barroca que hoje existe foi construída na primeira metade do século XVIII, por devoção e voto dos senhores da Casa de Santa Marinha e da Casa do Mato, em Ribeira de Pena. Foi seu construtor o mestre Lucquas Rodriguez, da Galiza, no seguimento do modelo da Capela da Granja Velha, então recentemente construída.
É um belo exemplar do barroco rural, com um portal encimado pelo nicho em que figura, em granito, a imagem da Senhora da Guia. O pormenor arquitectónico mais significativo é precisamente aquele que encima a fachada, uma grande concha (vieira) em granito. Sabendo que o mestre construtor era galego, não é difícil conotá-la com a influência de Santiago de Compostela, cujo símbolo é, precisamente a concha.
No interior, para além do altar, recentemente restaurado, há que ter em conta o tecto, todo em granito, com caixotões sem figuração
(41°31’58.89″N 07°46’1.39″W) Fonte do Mouro – Ribeira de Pena – Vila Real – Alto Trás-os-Montes – Portugal

A Casa do Barroso

A Casa do Barroso, em Bragadas, é uma curiosidade da arquitectura rural do século XVIII. Inserida numa povoação situada a meio da encosta norte do Tâmega, fronteira do Barroso, marca uma nota dissonante pela qualidade da sua fábrica.
De facto, a Casa do Barroso ostenta, num canto escondido, um magnífico portal em granito, brasonado, e virada a poente e a Sul uma fachada com cantaria fina, envolvendo uma pedra de armas de grande dimensão, que encima uma escadaria incompleta.
Que a Casa do Barroso não viu o seu projecto concluído é óbvio para quem ali se desloca. Qual o motivo para a interrupção das obras, não é fácil hoje descobrir. O que é certo é que Camilo, que por ali deverá ter passado quando viveu em Friúme, escreveu um belíssimo conto a propósito da casa, que intitulou “História de uma Porta” e que pode ser lido no livro “Noites de Lamego”.
Em Bragadas, a história que Camilo escreveu “virou” verdade. O poder da construção de mitos inerente à criação dos bons escritores.. Mas será bom saber que o brasão esculpido no portal e no cimo da escadaria da Casa do Barroso pertenceu a Domingos Francisco Pena de Carvalho, natural de Ribeira de Pena, que a ele teve direito por carta régia passada a 25 de Setembro de 1756. (Info: Edição da Câmara Municipal de Ribeira de Pena. 2005)
(41°32’15.85″N 7°49’43.79″W) Bragadas – Santo Aleixo de Além-Tamega – Ribeira de Pena – Vila Real – Alto Trás-os-Montes – Portugal

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